O Projeto de Sementes Florestais da Acosper teve início em 2023, a partir de uma parceria com a empresa Morfo que atua na recuperação de áreas degradadas no país. A iniciativa é baseada na estruturação da cadeia de coleta, processamento e comercialização das sementes nativas e conta com a participação direta de moradores de comunidades tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós (Flona).
A definição pela Flona como área inicial de atuação considerou a existência de territórios já mapeados e a familiaridade das populações locais com práticas de manejo florestal. Esses fatores contribuíram para identificar com mais rapidez os locais e grupos com potencial de engajamento.
Para iniciar o projeto, a Morfor e a Acosper promoveram uma oficina de boas práticas voltada à coleta de sementes florestais. A partir de uma lista de espécies definida com base na demanda da empresa, os coletores iniciaram as atividades em campo. Realizado por moradores das comunidades de ambos os sexos e idades distintas, o trabalho de coleta acontece de forma complementar a outras atividades econômicas já desenvolvidas nas localidades.
Após a extração, as sementes passam por um processo que envolve limpeza, secagem e acondicionamento. Cada remessa é identificada com dados sobre a espécie, local, data da coleta e do beneficiamento. Essas informações são encaminhadas posteriormente a Acosper, que organiza a retirada do material nas localidades, de acordo com a quantidade mínima previamente acordada.
Os lotes são transportados até a sede da cooperativa, onde passam por conferência e pesagem. Em seguida, são enviados ao Laboratório de Sementes Florestais da Universidade Federal do Oeste do Pará (LASF/UFOPA), responsável pelos testes de viabilidade e pelo armazenamento adequado.
O laboratório também oferece capacitações técnicas aos coletores, com foco na padronização dos procedimentos. Todo o fluxo é registrado, garantindo rastreabilidade e controle da origem das sementes.
O material coletado é destinado a projetos de restauração florestal desenvolvidos pela Morfor. A expectativa é ampliar a iniciativa para outras comunidades da região de rios, no município de Santarém, envolvendo novos participantes e fortalecendo a produção florestal de base comunitária.
Comunidades produtoras: São Domingos, Chibé, Jaguarari, Acaratinga, Aldeia Takuara, Pedreira, Itapaiúna, Piquiatuba, Aldeia Marituba, Prainha 1.